Povos indígenas

Os povos indígenas do Brasil são os povos originários do país, e somam cerca de 1,7 milhão de pessoas, segundo o Censo 2022, vivendo em 732 Terras Indígenas reconhecidas que cobrem aproximadamente 13,8% do território nacional. Presentes em todos os biomas, mantêm uma relação ancestral com a natureza, sendo guardiões das florestas, rios e da biodiversidade.

Suas culturas, línguas e saberes tradicionais são expressões de resistência e de luta por direitos. Entre as suas principais pautas estão a demarcação e proteção dos territórios, o acesso à educação diferenciada, à saúde de qualidade e à participação ativa nas políticas públicas.

Guiados por lideranças locais e articulados em redes regionais e nacionais, os povos indígenas reafirmam seu papel fundamental na conservação ambiental e na defesa dos modos de vida que garantem o equilíbrio climático e a diversidade cultural do Brasil.

Populações ribeirinhas e extrativistas

As comunidades extrativistas e ribeirinhas vivem em estreita relação com os ecossistemas da floresta e dos rios, baseando sua subsistência no uso sustentável dos recursos naturais, como pesca, coleta de frutos, látex e sementes. Estão presentes em unidades de conservação e territórios tradicionais da Amazônia e de outros biomas brasileiros.

Esses povos desenvolvem práticas que unem saberes tradicionais e conservação ambiental, contribuindo para a manutenção da biodiversidade e o equilíbrio climático. O extrativismo sustentável e o manejo comunitário garantem renda, segurança alimentar e preservação dos recursos naturais.

Apesar da relevância ambiental e cultural, muitas comunidades enfrentam isolamento geográfico, ameaças territoriais e falta de acesso à conectividade e serviços públicos, reforçando a importância de iniciativas como a Rede Conexão Povos da Floresta para promover inclusão digital, autonomia e cidadania.

Quilombolas

As comunidades quilombolas reúnem cerca de 1,3 milhão de pessoas distribuídas em 8,4 mil localidades em todo o país, segundo o Censo 2022. São herdeiras da resistência afro-brasileira à escravidão e preservam modos de vida baseados na coletividade, na memória e na autonomia territorial.

Essas comunidades mantêm vivas tradições culturais, religiosas e produtivas que fortalecem a identidade negra e o vínculo com a terra. Enfrentam, contudo, desafios históricos relacionados à demarcação de territórios, à acessibilidade a políticas públicas e à melhoria das condições de saneamento e infraestrutura.

Os quilombolas são protagonistas de uma luta que une justiça racial, soberania alimentar e sustentabilidade, pilares que garantem a permanência e o fortalecimento dos territórios quilombolas em todo o Brasil.